O discípulo perguntou:
Mestre, sinto que ando confuso, sem rumo e com algum bloqueio difícil de explicar. Talvez tenha chegado a hora de parar, mas tenho medo de estar tomando uma posição errada. Então, mestre, como posso saber a hora certa de parar?
O mestre, após alguns minutos de reflexão, conclui:
Meu jovem, muitos homens levam a vida inteira se questionando sobre ter chegado a hora, talvez seja
Mestre, sinto que ando confuso, sem rumo e com algum bloqueio difícil de explicar. Talvez tenha chegado a hora de parar, mas tenho medo de estar tomando uma posição errada. Então, mestre, como posso saber a hora certa de parar?
O mestre, após alguns minutos de reflexão, conclui:
Meu jovem, muitos homens levam a vida inteira se questionando sobre ter chegado a hora, talvez seja
este
a motivação e paixão necessárias que os levam a fazer grandes coisas ou
quase nenhuma, porém continuam fazendo porque estão constantemente se
sentindo desafiados a saber a hora de parar. O que significa que não
existe uma regra ou sintoma que defina isso com total certeza. Porém,
depois de tantos anos dedicados a vida de ensinamentos, admito que
existiu um tempo em que acreditei ter chegado a hora de parar, tive
momentos de duvidas sobre minha capacidade em continuar fazendo
exatamente o que estou fazendo neste momento. A conclusão que cheguei
não é difícil de imaginar, pois estou diante de você fazendo a mesma
coisa que fazia a alguns anos atrás. No entanto, compreendi que, talvez,
não a regra, mas sim o perfil para saber a hora certa de parar esteja
na capacidade de sentir as coisas. Porque quando a gente começa a sentir
a ausência de tudo aquilo que nos motivou, guiou e preencheu algum dia,
significa que algo está morrendo ou já morreu dentro de nós. Para um
escritor como você é fundamental sentir o que está sendo lapidado em
cada linha, quando isso deixa de existir e passa a ser artificial é
perceptível que há problemas a serem solucionados. E se após analisar,
chegar a conclusão de que realmente existe algo que morreu dentro de
você, bem, você apenas começou a sobreviver e não mais viver, talvez
ainda possa sublimar isso em algumas linhas e concluir algumas obras ou
criá-las. Mas se acredita já ter passado por todo esse processo de
reciclagem e ainda sim, existe um vazio e irrealidade no que escreve com
o que realmente gostaria de dizer, talvez você tenha perdido algo muito
importante pelo caminho, perdido após tantas batalhas que observei ao
longo dos últimos dois anos, batalhas essas que não desejaria nem mesmo
ao meu pior inimigo. Meu jovem, você sabe a resposta para a pergunta que
me fez, eu vejo a falta disso em seus olhos, eu leio a ausência disso
em suas linhas vazias e eu sinto exalar de você o perfume da
desesperança. E se isso for mesmo um fato consumado e irreversível,
talvez tenha chegado a hora de parar, talvez seja hora de buscar algo
novo que possa te motivar a viver novamente, talvez tenha chegado a hora
de se permitir viver novos personagens e se libertar esse mundo de
sombras e mascaras onde se escondeu.
E se não puder fazer nada disso, então nós dois sabemos que algo muito mais importante do que linhas e letras morreu, e o melhor a se fazer é parar.
E se não puder fazer nada disso, então nós dois sabemos que algo muito mais importante do que linhas e letras morreu, e o melhor a se fazer é parar.
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