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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O poeta


O Poeta

Eu sou um refém à minha própria humanidade, e tenho dito.
Então uso o dom das palavras até meus ossos terem um colapso nervoso.
Pois não preciso ir e vir em constantes batalhas,
Uma vez que eu deixasse o mundo, não seria a primeira vez.

Por isso ando por ai como se nada estivesse me incomodando,
Sentindo como se eu fosse imortal ou possuísse a graça dos Deuses.
E eu sei, você me odeia, mas sabe que ainda me deve algum respeito.
Eu tenho um coração frio canibalizando toda a dor,
Se escondendo do inferno pelo qual eu passei em silêncio.

E eu estou a beira da loucura, eu estou sofrendo a galope,
Então não me trate como se eu estivesse invisível.
Eu caio em prantos, o medo me possui,
O frio chega avançando pela minha pele...
Como uma revolta mental, como um fogo constante.

Quiça o diabo se preocupa, mas eu não.
Esta não é a primeira vez que eu provei da dor,
Ou vi o diabo em um sorriso.
Assistindo a verdade torna-se uma mentira,
Em motivos tão decadentes que as palavras renascem.

Por tanto, Deus abençoe todos nós, poetas,
Quando queimarmos no fogo de mil sóis pelos pecados de nossas língua,
Pelas ideologias de nossa escrita, pelo poder de nossas palavras...
E se o diabo vive nos detalhes e nós profetizamos está linguagem no mundo,
Sou réu confesso, sou responsável por crimes dolorosos e não me arrependo disso.

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