Relíquias do Tempo

Relíquias do Tempo

Tenho em meu passado pecados, arrependimentos e vida.

Pecados que me ajudaram a sentir que ainda estava vivo,

Arrependimentos que me ensinaram a aceitar cada cicatriz

E uma vida que queimava como uma estrela brilhando no céu noturno.

Em minha mente, as dores eram fáceis de contornar,

Enquanto em meu coração mal podia escondê-las.

Como quando um rio encontra o mar

E muda cada pedra, tronco e grão de areia do lugar, eu mudei. 

Não consigo lembrar em que ponto comecei a perder o brilho.

Eu nunca soube como fazer isso durar ou me manter direito,

Costumava dizer que algumas coisas durariam pra sempre

Até perder tudo pelo que lutava, ou ver desmoronar tudo que construía.

Engraçado como eu costumava ser o rei da noite, vivendo no topo do mundo.

Agora, faz algum tempo que tenho me deitado em uma cama silenciosa e fria.

Convivendo apenas com o barulho dos meus próprios pensamentos

E desejando que pudesse ser algo melhor do que um triste borrão daquilo que fui um dia... 

Ecos do silêncio

 

Ecos do Silêncio

Eu não sinto dor,

Mesmo cheio de arrependimentos.

Eu não sinto nada,

É o que digo todos os dias tentando convencer a todos... Acima disso, a mim mesmo.

Eu vivo fugindo da minha própria vida,

Porque eu desisti há muito tempo de lutar por ela.

São tantos pensamentos que nunca vão embora

Assim como isso que ainda me prende aqui.

Eu tento buscar outros motivos e conservar minha mente,

Mas nada parece funcionar, não resta esperança em mim.

Sigo agindo como se estivesse tudo bem,

Porque já estou acostumado com todo esse vazio.

Pensando bem, quanto tempo mais até ter o suficiente?

Passaram-se 20 anos sem mudanças, agora passei dos 30 sem muito a oferecer.

Ninguém poderia me curar dessa mania de querer ser amado e aceito,

Meu coração parece estar cada vez mais devagar por cada traição e todas as mentiras.

Eles fazem isso, fazem todos os dias,

Machucam as pessoas e usam desculpas como blindagem.

Cada parte dessa dor me ajuda a enxergar o mundo e sua realidade,

Sentindo toda a dor que tantos compartilham e tentam esconder.

Afinal, o que mais restaria fazer da vida!?

Quando não resta mais nada a oferecer.

Apenas contar o tempo, enquanto ela escorre entre meus dedos

Como lágrimas que permanecem escorrendo até secarem e desaparecerem.

O Jogo do Cotidiano

O Jogo do Cotidiano

Vagando por aí, meio pra baixo e pensativo.

Eu penso demais, falo de menos, é verdade.

Por vezes distante, pareço não dar a mínima,

Mas, se eu falar o que penso, posso soltar tudo de uma vez.

Bebendo algumas doses ao fim de mais um expediente.

Cansado de lidar com as mesmas frustrações, mas esse sou eu.

É verdade, estou cansado, na verdade exausto de tanto fingir estar bem.

Preciso me sentir vivo, mas afogo esse desejo dose após dose, repetidamente.

Se digo algumas coisas, é porque cansei de apenas ouvir desculpas.

Estou esperando há tempo demais o futuro que nunca chega,

Buscando enxergar o homem que você tanto almeja ver no espelho.

Mas eu não posso mudar sua perspectiva ou o meu jeito, é verdade.

Minha atenção ao que diz é cada dia mais vaga e frustrante.

Em vez disso, observo cada atitude, tudo fica tão real.

Continuo apostando em promessas vazias e oportunidades perdidas,

Cada acusação é um meio para justificar seus próprios erros, eu sei.

Lembrando de cada pessoa que manteve longe de mim,

Você sempre achou que eu fosse um tolo e pretendo deixar assim.

Afinal, ainda estou vivo quando roubam o meu sorriso longe de você,

E sigo controlando cada movimento como em um jogo de xadrez. 

É xeque-mate, meu amor!


- Breno Nunes