A garrafa
Às vezes escrever já não resolve nada
e você se pega ali completamente sozinho,
enquanto a única companhia é aquilo que está te matando.
E a frieza das paredes penetra sua alma
e no canto há uma velha garrafa que seduz.
Ela foi sua primeira amiga e a última amante,
ela revelou o seu outro lado
mas ela é sua inimiga tanto quanto seu amor
e tudo que sobra é mais um gole, depois outro e mais outro...
De repente já não somos mais os mesmos
e de alguma forma aquilo basta.
Hoje não será uma noite de guerra
e não haverá tempo para brigas,
Porque tudo que restou foi sua boca selando a minha.
Então, tudo bem, deixa estar.
Foi só mais um dia corrido.
É só mais um gole que se vai e junto dele as lágrimas.
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