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quarta-feira, 26 de março de 2014
O amor é um cão dos diabos
Já dizia Bukowski: O amor é um cão dos diabos.
Tudo acontece quando ele quer e como quer, jamais o contrário.
Funciona como se usasse facetas de sobrevivência antiquada, mas sobrevive.
Resiste ao tempo e as tempestades.
É como uma sujeira necessária, sabe?!
Porque pra ter sujeira é preciso existir cumplicidade
E pra ter cumplicidade é preciso respeito e lealdade.
A sujeira do amor, de fato, nos transveste em felicidade.
E o amor consegue ser muito mais imundo que qualquer depravação,
Não existe botequim ou puta barata que substitua isso.
O amor é sujo porque o amor é lindo.
E mesmo dizendo que não, todos nós precisamos dessa sujeira.
Porque é ela que te fode de um jeito especial, praticamente dizendo:
Te bato porque te amo e te amo porque você me bate.
O amor tem que ser como Bonnie e Clyde.
Compartilha da mesma sujeira e ama do mesmo modo.
É preciso um amor canalha pra aproveitar a vida.
Um amor daqueles que te rouba o chão e oferece liberdade,
Do tipo que arranca o juízo e te prende pela insanidade.
O amor tem que ser naturalmente inventado
E antecipadamente preparado.
Porque quando a gente ama e consequentemente se entrega,
Aprendemos a foder com a alma e a fazer amor com a mente.
Os fluídos se tornam meros detalhes, deixados ao acaso.
Aprendemos que o principal é ser livre pra se sujar
E que quanto mais suja e livre, maior é a felicidade.
Porque, no fundo, o amor é mesmo um cão dos diabos!
E, afinal, o cão não é o melhor amigo do homem?!
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