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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quando inimigos se tornam amigos?


Quando inimigos se tornam amigos?

O que seria o amor? Já escrevi centenas de textos, poesias, músicas e afins pra tentar explicar, mas nada realmente explicou ou chegou perto do real, ou todo, significado envolvido nisso. Não existe Shakespeare e nem Caio Fernando Abreu, não existe Romeu e Julieta ou nenhuma outra obra, que consiga explicar o pelo menos exemplificar o que seria o amor, de fato.

Enfim, serei breve dessa vez porque não há a necessidade de falar muito. Hoje me peguei sentada diante do Titã, ai vocês devem estar se perguntando: quem diabos é o Titã?
E eu respondo: Titã é um dos cachorros aqui de casa, hoje o único já que a minha querida Lessy morreu na última semana, pra ser mais exata dia 25.

Bom, como ia falando, lá estava eu olhando para o Titã e conversando com ele. Pois desde a morte da Lessy, ele não come, não late e não corre pelo quintal. Fica apenas em um estado quase que vegetando, dando algumas voltas vagarosas pelo quintal e prestando atenção a qualquer barulho que possa parecer ser dela voltando ou andando pelo quintal. Sendo que o único momento que ele manifesta alguma reação é quando me vê, acredito que pela esperança de que ao me ver, a Lessy aparecerá fazendo a “festa” que costumava fazer antigamente. Infelizmente, ela não voltará e isso já estava sendo bem doloroso pra mim nos últimos dias, acho que por isso passei a me identificar com o Titã, que antes eu mal dava idéia.

Voltando ao ponto, durante a “conversa” com ele para tentar fazer ele entender e aceitar que ela não voltará, não importa quantas vezes ele vá lá e desenterre ela(sim, ele fez isso algumas vezes), eu me peguei falando coisas como: Não adianta ficar sem comer, não adianta vegetarmos em um canto, não adianta desejar morrer ou que o tempo volte. Não adianta ficar em silêncio esperando que Deus ou qualquer coisa do tipo escute o grito do nosso coração... Enfim, infelizmente algumas pessoas se vão de nossas vidas. De forma inesperada e outras planejadas, de qualquer forma essas despedidas são devastadoras, eu sei.
Mas, confessando algo, ao menos você foi um bom companheiro pra ela, esteve ao lado dela e foi leal, fiel e nunca desistiu dela, nem depois de morta. A sua dor é a falta, a saudade e o amor que deseja um pouco mais daquilo, sem poder ter.
Você esteve com ela até o seu último momento, não tem do que se arrepender ou envergonhar. Você foi melhor que muito ser humano, bicho homem, que existe por ai, inclusive melhor do que eu. Você a perdeu para a morte, eu já perdi para a vida, e acredite, é muito pior perder para a vida, principalmente se a decisão foi sua. Conviver com lembranças, saudade de alguém que não está entre nós fisicamente e até mesmo conviver tentando aceitar esse tipo de perda, é um pouco menos pior do que conviver tentando aceitar a perda daqueles que ainda estão entre nós, que ainda possuem o sopro da vida em seus pulmões...
E sabe, eu te invejo meu amigo, você cuidou e se dedicou a fazê-la feliz, e conseguiu, até o seu último momento. Então não fique tão triste e melancólico, não definha antecipando a sua hora, pois ela não desejaria isso. No seu caso ela não desejaria, isso já é uma grande vitoria e conquista, é algo consolador...
 E saiba, eu estarei aqui com você e vamos nos manter firme até o fim, você cuidando de mim e eu cuidando de você. Nunca antes tínhamos chegado nem perto de sermos amigos, mas acho que já podemos nos permitir isso. Principalmente porque percebi que temos algo em comum, acho que muito em comum... Mas eu prometo,vamos aprender a ficar em paz e deixe que ela também fique, dentro de você e fora também. Mesmo que tenhamos sido tolos de não demonstrar tudo o que sentíamos por aqueles que se foram.

Pois bem, fico me perguntando, será mesmo o amor capaz de tornar inimigos bons amigos, ou será que é através da dor que reconhecemos no outro a humanidade e a necessidade de companheirismo? De qualquer forma, eu entendi que amor é o que eu tinha exemplos bem próximo de mim, dentro da minha casa, do Titã com a Lessy, é o que eu hoje vejo no olhar dele, distante como o limite do universo, distante como o limite do seu amor por ela. E eu nunca percebi... Talvez eu tenha muito a aprender, talvez nunca tenha aprendido antes por achar que algo que não pudesse ser provado matematicamente ou explicado cientificamente não pudesse ser real, talvez eu não tenha aprendido muito sobre o amor por passar tempo demais preocupada com coisas inúteis como trabalho e conhecimentos sobre coisas tangíveis e "reais", e assim esquecido de aprender com o intangível e todas as coisas boas que ele trás consigo, a exemplo o amor.

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